UM SONHO TORNADO REALIDADE

Numa primavera de um tempo passado, o Dr. Alabaça e a Drª. Fernanda Maçãs sonharam com a ideia de criar uma associação que levaria à criação do voluntariado hospitalar onde, o Dr. Alabaça exerceu a sua actividade como cirurgião e diretor e tambem a Drª. Fernanda que ainda se encontra no exercício das suas funções, no serviço social.

Amadureceligando a ideia, foram trocando impressões e pensamentos com amigos que desde logo cedo lhes manifestaram total confiança e os incentivaram a prosseguir com o projeto. Para tal convidaram Maria Susel, recém regressada de Seia, onde exerceu a coordenação do voluntariado durante vários anos no hospital local, que desde logo aceitou a ideia e começou a fazer parte integrante do grupo fundador.

A liga de amigos do Hospital Doutor José Maria Grande de Portalegre, foi fundada em 10 de Novembro de 2003, com publicação no diário da República de 16 de Dezembro do mesmo ano, tendo vindo a obter o seu reconhecimento como IPSS em Janeiro de 2004. Vencidas alguma barreiras burocráticas, começou a criar o seu corpo de voluntariado com a vertente hospitalar, destinado numa primeira fase ao apoio ao doente e os seus acompanhantes na consulta externa e banco de urgência.

Em 2004 começou a reunir-se um grupo restricto de voluntárias e a organizar-se  sob a orientação da sua actual coordenadora geral, Maria Susel que desde o primeiro momento dedicou todo o seu tempo disponivel ao serviço da causa “doente hospitalar”.

Assim foi crescendo a vontade de colmatar uma lacuna existente no hospital de Portalegre, com o apoio, desde a primeira hora da administração do Hospital, do seu corpo clínico e de enfermagem, fomos obtendo bases que nos permitiram a integração na unidade Hospitalar.

 

Início das Actividades do Voluntariado

Em 11 de Fevereiro de 2005, Dia Mundial doDoente, 11 voluntárias iniciaram efectivamente a sua actividade com assistência ao doente e acompanhantes na consulta externa e banco de urgência, servindo aos doentes umas bolachas e uma bebida.v

A simpatia e acolhimento favorável demonstrado pelos utentes sensibilizaram-nos desde o primeiro momento, o que nos levou de imediato a pensar no seu crescimento com o recrutamento de nova voluntárias. A uma cadência deveras surpreendente foram chegando pedidos de admissão que nos levaram a reorganizar os nossos serviços e com a preciosa intervenção do centro de formação do Hospital de Portalegre que desde a primeira hora prontificou-se a colaborar, foi-nos proporcionada formação especifica hospitalar através do seu formador oficial, Carlos Casaquinha.

 Com o decorrer do tempo fomos ganhando maturidade e, ao alargarmos o grupo de voluntárias alargámos também os serviços prestados dentro do hospital com a nossa intervenção no serviço de medicina, homens e mulheres, à hora das refeições.

 O voluntariado tem crescido num ambiente de carinho e amor pelo doente e, enquanto na primeira fase o grupo de voluntárias oscilava entre os 40 e os 70 anos de idade, neste momentos já temos um grupo de jovens estudantes do 12ºAno e ensino superior, entre os 18 e os 28 anos, o que atesta bem do interesse, que se julgava impossível, de toda uma comunidade, sem idade e sem rosto, disponibilizada para servir quem mais necessita, numa casa que, mais tarde ou mais cedo, será certamente de todos nós.

Hoje, passados três anos sobre a fundação da instituição e quase dois de voluntariado, contamos com cerca de 30 voluntárias efetivas e 6 estagiárias que, em breve, integrarão o grupo de voluntárias efetivas.

Nos hospitais do nosso país cresce o número de elementos voluntários que se disponibilizam a oferecer aos doentes, aquilo que a medicina, necessariamente mais preocupada com o tratamento e a cura, não pode sem prejuízo do doente seguinte, transmitir o calor humano pela dádiva contínua da palavra, do serviço ou simplesmente da presença, pois que até de silêncio, por vezes, o doente necessita.

Este simpático grupo de batas amarelas, que chegam ao hospital pela manhã para entrarem em ação, faz parte da Liga de Amigos do Hospital de Portalegre que, trabalhando sem qualquer remuneração, tem como única recompensa o sorriso do doente.

Para além do voluntariado hospitalar, a liga de amigos e o corpo de voluntariado tem desenvolvido outro tipo de apoio hospitalar com intervenções no sector de jardinagem na área envolvente do hospital com várias parcerias e colocação de novas iluminarias exteriores, oferta de material para o serviço de medicina e outros, culminado com o projeto “tampa amiga” na oferta à Liga de Amigos pela Valnor, de uma cadeira de rodas. Outra contribuição para além das parcerias, reside no facto de as voluntárias estarem sempre presentes em vários eventos da cidade e peditórios para vendas de natal, com a missão de angariar fundos que nos permitam prosseguir na missão de apoio ás carências que de certo modo possam beneficiar o doente hospitalar.

Esperamos continuar a crescer e contar com o apoio de toda a comunidade em prol do bem comum, será nesta fase de crescimentos da Liga de Amigos do Hospital Doutor José Maria Grande que se enfrenta o maior desafio.

A partir dos fins de 2006 e começo de 2007 o voluntariado conheceu um desenvolvimento para além das expectativas com a adesão de novas voluntárias, seniores e jovens, o que nos permitiu alargar a nossa actuação a mais serviços hospitalares, como o apoio nas refeições aos serviços de medicina, cirurgia e ortopedia, apoio no atendimento aos doentes na consulta externa e outros onde a nossa presença é necessária e solicitada. Quanto a doações para o hospital, com vista a melhorar o conforto e minimizar o sofrimento dos doentes internados, como aconteceu ao longo destes anos em ofertas de colchões anti-escaras, almofadões para cadeirões, canadianas para doentes internos e externos e vimos finalmente concretizado o sonho da oferta do primeiro aparelho “monitor de sinais vitais” ao serviço da medicina, no dia 11 de Fevereiro de 2009.